A definição de SOP sempre foi controversa. A primeira padronização foi definida pela United States National Institutes of Health (NIH), em 1990, que incluía história clínica de anovulação crônica associada a evidências de hiperandrogenismo clínico e/ou laboratorial, na ausência de outras condições patogênicas como hiperplasia congênita da suprarrenal, doença de Cushing, hiperprolactinemia e tumores produtores de androgênios. O segundo consenso, que até hoje é o mais aceito, foi definido em Rotterdam, em 2003, e estabelece que a SOP pode ser diagnosticada quando:
1. apresentar dois dos seguintes critérios:
A) oligomenorreia e/ou anovulação (falta/ausência de menstruação), espaniomenorreia: espaçamento anormal, menstruação a cada 2/3 meses);
B) sinais clínicos e/ou bioquímicos de hiperandrogenismo (Amenorreia, hirsutismo, alopecia, aumento de oleosidade de pele são alguns dos sintomas);
C) ovários policísticos.
2. excluir outras causas de hiperandrogenismo, como tumores virilizantes, hiperplasia congênita da suprarrenal e a síndrome de Cushing.
Desde então esta é a definição mais aceita para a SOP. Em 2009, a Androgen Excess and PCOS Society criou uma nova definição, pela qual é necessária a presença dos três seguintes critérios:
1. hiperandrogenismo: hirsutismo (excesso de pelos) e/ou hiperandrogenia (sinais de masculinização);
2. oligo-anovulação (menstruação a cada 2/3 meses) e/ou ovários policísticos;
3. exclusão de outras causas de aumento de andrógenos ou doenças relacionadas: hiperplasia adrenal congênita, tumores secretores de andrógenos, uso de medicações androgênicas/anabólicas, síndrome de Cushing, disfunção tireoidiana e hiperprolactinemia.
Assim, podemos identificar quatro achados-chave no diagnóstico de SOP: sinais clínicos de hiperandrogenismo, hiperandrogenia, ovários policísticos e disfunção ovulatória/menstrual. Esses achados também têm definições padronizadas para se definir como um critério diagnóstico. Importante ressaltar também que SOP é sempre um diagnóstico de exclusão. As outras causas de hiperandrogenia e anovulação devem sempre ser descartadas para que se defina o diagnóstico.